Cerca de 20 pessoas acompanharam na última quinta-feira (09) a primeira edição do ‘Slam Teba’ #PoesiaContraoGolpe ocorrida na Casa Madá (Rua Jorge Velho, 678) em Londrina. O evento consiste em uma disputa artística de declamação de poesia, no qual os próprios visitantes do lugar são elencados como ‘juízes’. A ideia é inspirada nos eventos de ‘Slam Poetry’, originados nos Estados Unidos, no qual pessoas são convidadas a declamar poemas (Sempre autorais) em uma batalha rápida, direta e espontânea lirismo.

O ‘Slam’ tem algumas regras bem definidas; Além dos poemas necessariamente originais, as declamações devem ser de autoria própria, respeitar a marca de no máximo 3 minutos e não podem ser usados durante a declamação nenhum tipo de figurino, cenários ou acompanhamentos musicais – Não são permitidas também ‘introduções’ aos poemas, antes de cada declamação, visto que isso poderia influenciar o julgamento dos avaliadores da disputa. “A ideia surgiu basicamente depois de conhecer pessoalmente Roberta Estrela Dalva, que é do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos onde foi criado o primeiro ‘Slam’ brasileiro que é o Zap, que acontece desde 2008. EM 2015 ela veio ao Londrina, para falar sobre a manifestação, além de falar do livro dela, e acabou simulando um ‘Slam’ com a gente, no Cemitério de Automóveis…” contou a artista e cantora Gisele de Almeida quem idealizou a realização desse primeiro Slam Teba (O nome ‘teba’ que tem vários significados em línguas diferentes, surgiu espontaneamente em um momento de distração da própria Gisele).

De início, as pessoas presentes pareciam um pouco receosas em participar. O espaço montado no ‘quintal’ da Casa Madá com luzes e algumas cadeiras ao redor, de início pareceu afastar o público, mas, após algumas declamações todos foram se aproximando e se sentindo mais a vontade para contribuir também.
Ao todo quatro ‘declamadores’ participaram do evento. Quem levou a melhor foi o estudante de psicologia, Gabriel Simão Garib, 21, que chamou atenção pela desenvoltura e pela agilidade na declamação de um poema seu. Um cd e um livro foram dados de presente ao vencedor da noite. “Eu faço música também de algumas coisas que escrevo, mas nada profissional, só de brincadeira mesmo. Acho que o evento foi muito bom, é isso mesmo que tem que ser feito, juntar as pessoas e parar para se ouvir, nessa vida louca acabamos não nos escutando as vezes e um espaço assim, onde nos ouvimos por meio da arte é o que precisamos mesmo”, contou o vencedor à reportagem do RubroSom. Como influências ele cita nomes como Fernando Pessoa, Manuel de Barros e Carlos Drummond de Andrade.

O evento já tem próximas edições definidas, ficará marcado sempre para às tem também um significado político, aproveitando o atual momento do país, assim como, as constantes disputas de poder no Governo Federal. “Tem bastante a ver sim, tudo o que eu fizer daqui pra frente, sempre irei me posicionar a respeito do ‘Golpe’ (Envolvendo o afastamento da Presidente Dilma Rousseff), na minha opinião foi um golpe e é um atentado terrível à democracia, existem várias formas de lidar com a corrupção. Você vota, mas, você deve colher as consequências do voto depois. Acho que a Dilma foi eleita de maneira democrática e, tirá-la com o intuito de banir a corrupção é uma bandeira que nunca acreditei… O Slam também surge desse momento” contou Gisele à nossa reportagem. Segundo ela, o espaço é democrático, mesmo ideias divergentes ou que tenham outros olhares sobre a questão (E que também não se relacionem à temática política) terão espaço aberto para colaborar nos futuros ‘Slams’. O evento já tem horário definido; Acontece no mesmo local sempre nas primeiras quintas de cada mês.